Depois daquela conversa no pátio
passei dias sem vê-lo, cogitei a possibilidade de que estava doente ou algo do
tipo, porém mais dias se passaram e ele não apareceu. Certo dia vi um grupo de
amigos dele conversando no pátio da
escola – Tentei não parecer nervoso, mas foi em vão – fui até eles e perguntei
se eles tinham noticia do sujeito ruivo, um deles disse que ele havia pedido transferência,
que agora estava morando em outro país para fazer intercambio, outro menino
ainda completou “Ele disse que não volta mais, que quanto mais longe ele ficar
desse país melhor”. Agradeci as informações e peguei meu caminho para casa.
Quando chego não converso com
ninguém, subo direto para meu quarto tranco a porta e me jogo na cama, meu
mundo havia desmoronado, minha vida que acabará de ganhar um sentido já o
perdeu. Por quantas vezes eu imaginei como seria minha vida com ele, como poderíamos
enfrentar qualquer coisa por amor. E aquele dia no auditório me fez criar
inúmeras esperanças de que isso daria certo, de que meu sentimento por ele era
correspondido. Parece que me enganei.
Os dias foram passando e eu segui
minha vida, mas a cada detalhe que me lembrasse dele me desencadeava uma
vontade incontrolável de ficar sozinho, longe de todos.
Passaram-se meses, eu já estava acostumado com a situação, na verdade nem
pensava mais sobre – afinal: é vida que segue – Era o último ano do colegial e
minha única preocupação era com notas e o vestibular que estava por vir. Em
meio a horas de estudo me permiti passar alguns momentos vasculhando minhas
redes sociais, eis que recebo um convite de amizade. Não reconheci o rosto nem
o nome, não era nenhum conhecido, mas o rosto daquele menino tinha algo
diferente, algo que eu poderia olhar por horas aquela foto e continuar gostando
dela. Aceitei o convite, vasculhei um pouco o perfil do menino e voltei para os
estudos.
Na semana seguinte veio vestibular, e com ele as piadas e
tirinhas na internet. Depois de chegar em casa e tomar um banho para aliviar a
tensão da prova fui até o computador, minha intenção era passar horas nas redes
sociais (já que a muito tempo eu não tinha esse privilegio), e quando abro a
página a primeira coisa que aparece é o garoto que havia me adicionado no dia
anterior compartilhando uma música da minha banda favorita. Naquele momento a única
coisa que eu pensei foi: eu preciso de um motivo para conversar com esse
garoto.
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